Com a confirmação de que os servidores públicos federais não terão reajuste neste ano, as entidades representativas do funcionalismo voltam o foco para 2023 e para as mensagens dos diferentes candidatos à Presidência da República. O que se espera fundamentalmente é mais diálogo com as carreiras.

Na avaliação geral, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição, frustrou a expectativa da maioria do funcionalismo. A relação do atual governo com os servidores foi péssima e contraditória. De um lado os militares tiveram tratamento diferenciado recebendo ganhos substanciais, do outro as demais categorias enfrentaram perdas salariais. Agora, o presidente acena com reajuste somente para o próximo ano, caso seja reeleito.

Bolsonaro será o único presidente da República, em 20 anos, a não conceder reajuste linear ao funcionalismo. Na verdade, ele reduziu salários com a majoração de alíquotas previdenciárias. Já o principal oponente de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem um histórico de diálogo com os servidores públicos. Repôs o quadro de pessoal da União, manteve mesas permanentes de negociação e concedeu reajustes, embora tenha sido no seu Governo que o perverso desconto previdenciário tenha sido criado. Já de Ciro Gomes, devido às suas origens trabalhistas, se espera um tratamento semelhante ao dos governos petistas nos seus bons aspectos, por exemplo ele já adiantou que oficializará a data base para o funcionalismo, reivindicação de décadas.

Os servidores devem ficar atentos e garantir, seja quem for o eleito, que as mesas de negociação voltem, que os concursos sejam retomados, que a reforma administrativa não afete a estabilidade, pilar básico para a moralidade administrativa, e que as perdas salariais acumuladas não só no Governo atual, como nos passados comecem a ser recompostas.

Porém, tão importante quanto a eleição para Presidente é o voto nos senadores e deputados, afinal são eles que irão aprovar ou reprovar as leis que interferem no serviço público e no funcionalismo. Devemos sempre pesquisar e votar em candidatos com histórico de defesa de ambos.